segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Extraindo DNA em casa

Quem nunca ouviu falar no DNA? A grande maioria das pessoas já ouviu falar dele, mas desconhecem o que de fato é o DNA.  Acabam associando ele com o teste de paternidade. Mas o DNA é mais importante do que um simples teste de paternidade. Ele é uma molécula “mágica” responsável pelo armazenamento das informações genéticas. As informações que ditam como um organismo vivo deve ser e funcionar. É uma molécula linear extremamente fina. Cada célula de nosso corpo possui 2 metros de DNA enrolado nos nossos 46 cromossomos. Hoje temos um grande conhecimento da química dessa molécula, podemos manipulá-la com enzimas mudando as informações contidas nela e podemos usá-la para modificar geneticamente organismos de interesse, como esse gato que brilha no escuro.

Gato geneticamente modificado que brilha no escuro

Só que para se usar o DNA é necessário primeiro isolá-lo. E, por incrível que pareça, extraí-lo não é difícil. Pode ser feito com materiais encontrados na cozinha. Abaixo tem um protocolo que você pode seguir para extrair DNA de uma cebola, mas ele pode ser adaptado para qualquer outro organismo vivo.

Materiais :
  • ·         Uma cebola
  • ·         Água
  • ·         Sal de cozinha
  • ·         Amaciador de carne ou suco de abacaxi (opcional)
  • ·         Detergente líquido para louça
  • ·         Álcool etílico 95% ou isopropanol
  • ·         Filtro de Café
  • ·         Ralador
  • ·         Frascos de vidro 200 ml podem ser copos
Como fazer:

Rale a cebola. Dissolva uma colher de chá de sal em 80 ml de água e misture à cebola. Filtre a mistura. Adicione 20 ml de detergente líquido ao filtrado. Se você quizer um DNA mais puro adicione um pouquinho amaciador de carne ou suco de abacaxi eles contêm enzimas proteolíticas, como a Papaina e a Bromelina, que quebram as proteínas presentes na mistura, mas não é necessário adicioná-los. Por último incline o frasco com a mistura e adicione o álcool lentamente. Vão se formar duas fases, já que o álcool não se dissolve prontamente. Na fase superior vão aparecer “fiozinhos” brancos essa são as moléculas de DNA aglomeradas, tente pescá-las com um palito de dente.
Esse é um modo simples de se extrair DNA que não é muito diferente dos métodos usados em laboratórios. Se for fazê-lo, sinta-se a vontade para usar outras fontes de DNA, mas lembre-se, se a quantidade de tecido for pequena, não deve haver muito DNA a se extrair. É possível inclusive extrair o seu próprio DNA, olhe os sites abaixo.



Referências:

Loreto, E. L. S. & Sepel, L. M. N. Atividades experimentais e didáticas de Biologia Molecular e Celular. São Paulo, Editora da Sociedade Brasileira de Genética, 2002.

sábado, 10 de setembro de 2011

E pur si muove!

O que é o movimento? Essa parece ser uma pergunta boba. No entanto sua resposta está longe de ser trivial. Nossa tendência é de respondê-la da seguinte forma:
Movimento é a mudança de posição de um corpo ao longo do tempo.
Mas esta resposta está incompleta, pois não especificamos o que significa mudar de posição. Galileu completou a resposta quando formulou o princípio da relatividade. Ele nos deu um modo consistente de responder a pergunta feita acima, e conseguiu mostrar que as idéias antigas sobre o movimento estavam erradas. Era difícil de entender na época que a terra se move. Não existia um modo de detectar esse movimento na terra. O único modo de percebê-lo era olhando para o céu. Mas depois de Galileu o que era tido como certo passou a ser reconsiderado e a terra, aparentemente parada, passou a ser considerada como um corpo em movimento. Hoje quando se olha um copo de água em cima da mesa sabemos que ela está em movimento em relação às estrelas. Mas está parada, sem movimento, em relação à mesa, certo?
A resposta é não!
Por mais chocante que isso soe, o copo de água está em movimento em relação à mesa também. O que está parado é o centro de massa do copo em relação ao centro de massa da mesa. Mas os átomos dos dois corpos estão em movimento frenético.



Essa é uma simulação gerada em computador de como pareceria a água em nível atômico. Os átomos de oxigênio são vermelhos, os de hidrogênio e as ligações covalentes são cinza, e as pontes de hidrogênio são azuis.  
  
 Esse movimento é tão oculto que provavelmente passou despercebido por Galileu e por vários outros que o sucederam. Foi graças a cientistas corajosos como James C. Maxwell e Ludwig Boltzmann entre outros que pudemos entendê-lo melhor. Eles foram corajosos porque aceitaram a hipótese atômica totalmente. Sem sequer terem visto um único átomo. Aceitaram pelo que ela conseguia explicar. Hoje os átomos são um fato, é possível “observá-los” de varias maneiras. Uma delas é o microscópio de força atômica. A imagem abaixo foi obtida com um.

  Cristal de silício visto com resolução atômica

Nesses microscópios é necessário diminuir ao máximo o movimento dos átomos para se conseguir a resolução atômica, isso é conseguido resfriando bem a amostra. A temperatura é o movimento. Isso pode não ser novidade para você e pode não ter te deixado muito impressionado, mas se você parar para pensar o termômetro é um instrumento que nos informa o movimento dos átomos. Não precisamos vê-los para tirarmos informações sobre eles. Com um simples termômetro entramos no mundo atômico. Então, quando você for tirar a temperatura, você vai estar examinado os átomos!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Peacock Spider "Aranha Pavão" e a Seleção Sexual

Na natureza as forças que moldam as espécies são as chamadas "pressões seletivas". São características do meio que acabam selecionando os indivíduos mais aptos. Somente aqueles que se saem melhor na luta pela sobrevivência acabam deixando descendentes. Mas nem todas pressões são causadas pelo meio. Nas espécies sexuadas pode haver um outro tipo de seleção natural a chamada seleção sexual. Onde o que determina quem será selecionado para deixar descendentes é o gosto de quem está sendo disputado para acasalar.
Um exemplo bem conhecido do que a seleção sexual pode fazer é a cauda do pavão. Ela é o resultado milhões de escolhas de pavoas. Um outro exemplo menos conhecido é dessa aranhinha abaixo.


 Esse é um macho. Ele também é o resultado de muitas escolhas, mas a escolha nessa espécie é um evento bem mais dramático. Se ele não for reconhecido pela fêmea como um membro da espécie dela, se ela já copulou antes, ou se ela não for com a cara dele, ela o ataca para devorá-lo. 
Então se você achava que as fêmeas da espécie Homo sapiens eram cruéis dando um fora é porque você não conhecia as fêmeas da  espécie Maratus volans. Elas não dão uma segunda chance!



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